OUTRAS DIGESTÕES
DIÁRIOS 2021
PRIMEIRAS PANÇAS

Em 2019, iniciei a produção das Panças, modelando pequenos recipientes de argila crua e inserindo restos de alimentos em seus interiores. Essas primeiras Panças eram completamente fechadas por fora, não permitindo acesso direto ao alimento que ficava isolado dentro delas. Após alguns dias, quando a argila secava completamente e ficava porosa, os fungos decorrentes do alimento podre afloravam para a superfície da argila. Curiosamente, a argila funcionava como uma pele, permitindo determinadas passagens e trocas de ar, e barrando outras.

Nessas Panças fechadas, os insetos não conseguiam acessar os alimentos por fora e, por outro lado, se alguma mosca tivesse pousado na comida por acidente e depositado ovos nela, as larvas desenvolvidas também não conseguiam sair e ficavam presas do lado de dentro, invisíveis.

A segunda experimentação foi com Panças que tinham aberturas diretas para o exterior. Essas, permitiam a circulação de moscas e viravam ninhos de ovos, larvas e metamorfoses. Ao contrário dos fungos que se embrenhavam pelos poros da argila, as moscas nunca depositavam ovos no barro, apenas diretamente nos alimentos. As Panças serviam como construções arquitetônicas para o ciclo de vida desses insetos.


PRIMEIRAS PANÇAS FECHADAS



PRIMEIRAS PANÇAS ABERTAS
Sistema digestório
Vídeo feito com filmagens da atividade biológica das Panças (fungos e insetos), cenas do duto condutor de lixo do edifício e imagens minhas mastigando. A colagem e junção desses elementos almeja propor um sistema digestório híbrido e continuo entre as diversas fases da comida, dentro e fora do corpo humano.





Vídeo da feitura de massa híbrida de argila com banana para modelagem de uma Pança.




PRIMEIRAS PANÇAS
TEXTOS
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